José Saramago
A José Saramago, protagonista de várias polêmicas, meu aplauso por sua existência e suas palavras eternas.Como disse Luiz Schwarcz, editor de José Saramago no Brasil."Nem sua vida nem sua morte cabem numa frase" Evoé, José Saramago !!!
(na foto, José Saramago pelas lentes do fotógrafo Sebastião Salgado)
Mas Saramago tem frases que cabem na gente.
ResponderExcluirComo esta...
"Se tens um coração de ferro bom proveito.
O meu fizeram-no de carne e sangra todo dia."
Hoje sangrou pela morte de Saramago, meu querido escritor !
arvore, meu coração também
ResponderExcluir"a globalização é um totalitarismo
totalitarismo que não precisa nem de camisas verdes
nem castanhas
nem suásticas
são os ricos que governam e os pobres vivem como podem"
frase de josé saramago
José Saramago fez de sua existência uma existência rica em palavras e idéias para nós.
ResponderExcluirEstou triste por sua morte.
Mas uma vida assim tão digna quanto a dele faz que homens como ele sejam eternos e isso me consola... não me deixa feliz, apenas menos triste...
Adeus escritor querido.
"Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito mais do que antes julgávamos."
ResponderExcluirJosé Saramago
Vai-se o homem, ficam as obras...
Esse cara merece muitos aplausos.
ResponderExcluirSaramago em entrevista / julho de 2009
"Creio que me fizeram todas as perguntas possíveis. Eu próprio, se fosse jornalista, não saberia o que perguntar-me."
Só um cara ligado falaria assim.
Saramago se foi e com ele seu novo livro que estava em fase de criação, mas o que ele deixou é suficiente para todos nós.
ResponderExcluirGrande homem, grande pensador e inquietador dos dominadores.
Minha homenagem a ele é minha fidelidade como o melhor escritor que Portugal já teve e não soube reconhecer.
Frase de Saramago, em uma entrevista:
"Deus, o diabo, o bom, o ruim, tudo está na nossa cabeça, não no céu ou no inferno, que também inventamos. Não percebemos que, tendo inventado Deus, imediatamente nos escravizamos a ele."
Abraços e obrigada pela oportunidade de aplaudir José Saramago !
Marisa, Arlequins
ResponderExcluirValeu o espaço para prestar aqui minha homenagem a esse homem admirável.
Saramago, descanse em paz !
"Para mim, a Bíblia é um livro. Importante, sem dúvida, mas um livro." (José Saramago)
SARAMAGO DESCANSARÁ COMO VIVEU... EM PAZ
ResponderExcluirEMBORA NÃO GOSTE DESSE TERMO DESCANSAR, PARECE QUE VIVEMOS CANSADOS E SÓ TEREMOS DESCANSO NA MORTE...
COISA ESTRANHA
QUERO ESTAR POR MUITO TEMPO CANSADO ENTÃO
APLAUSOS A ESSE ESCRITOR QUE VIVEU DESCANSADO
BEIJÃO A TDS E A VC SARAMAGO QUE PARA MIM TEM VIDA ETERNA
"Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não." (José Saramago)
ResponderExcluirAdeus meu escritor...
Nesse momento, em frente à Câmara Municipal de Lisboa, onde José Saramago está sendo velado, uma fila de fãs está formada.
ResponderExcluirComo era esperado, não há signos religiosos no velório. Sobre o peito, Saramago tem um cravo, flor símbolo da revolução de 25 de abril de 1974, que derrubou a ditadura de António Salazar.
Saramago, sempre foi um militante, comprometido com as causas sociais, isso o fez o grande escritor.
Não me peçam razões, que não as tenho,
ResponderExcluirOu darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
José de Sousa Saramago, a você minha gratidão...
Uma das declarações de Saramago:
ResponderExcluir"Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário".
Poema à boca fechada, de José Saramago
ResponderExcluirNão direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
José Saramago, adeus poeta !!!
Que foto linda a que vocês postaram aqui ... Tem tudo a ver, parece ele indo embora, nos deixando pra sempre ... Vai, poeta, vai em paz !!!
ResponderExcluir"Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para
ResponderExcluirpoder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala."
José Saramago
A morte de um grande homem traz tristeza, mas também nos traz a alegria da lembrança de que um dia ele nasceu.
ResponderExcluirQue postagens lindas!
ResponderExcluirMais uma...
Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.
(José Saramago)
Na ilha por vezes habitada do que somos,
ResponderExcluirhá noites, manhãs e madrugadas
em que não precisamos de morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente
e entra em nós uma grande serenidade,
e dizem-se as palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra
e apertamo-la nas mãos. Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável:
o contorno, vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres,
com a paz e o sorriso de quem se reconhece
e viajou à roda do mundo infatigável,
porque mordeu a alma até aos ossos dela.
Libertemos devagar a terra
onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.
(Na ilha por vezes habitada, de José Saramago)
A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
ResponderExcluir“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.
Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo. "Saramago"
ResponderExcluirA útima postagem de Saramago no seu Blog foi:
ResponderExcluir“Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma”.
Este é o homem que se foi e deixou a cadeira de um admirável escritor português desocupada...
Saramago se foi
ResponderExcluirFicaram Josés
“A morte é simplesmente a diferença entre o estar aqui e o já não estar."
ResponderExcluirFala do Velho do restelo ao Astronauta
ResponderExcluirAqui, na Terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.
Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza,
E também da pobreza, e da fome outra vez.
E pusemos em ti sei lá bem que desejo
De mais alto que nós, e melhor e mais puro.
No jornal, de olhos tensos, soletramos
As vertigens do espaço e maravilhas:
Oceanos salgados que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.
Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome,
E são brinquedos as bombas de napalme.
(José de Sousa Saramago, Os Poemas Possíveis, 1981)
Trecho do livro "O Ano de 1993", de José Saramago
ResponderExcluir... O interrogatório do homem que saiu de casa
depois da hora de recolher começou há quinze dias e ainda não acabou
Os inquiridores fazem uma pergunta
em cada sessenta minutos vinte quatro por dia
e exigem cinqüenta e nove respostas diferentes
para cada uma
É um método novo
Acreditam que é impossível não estar a resposta verdadeira
entre as cinqüenta e nove que foram dadas
E contam com a perspicácia do ordenador para descobrir
qual delas seja e a sua ligação com as outras
Há quinze dias que o homem não dorme
nem dormirá enquanto o ordenador não disser
não preciso de mais ou o médico não preciso de tanto
Caso em que terá o seu definitivo sono
O homem que saiu de casa depois da hora de recolher
não dirá por que saiu
E os inquiridores não sabem que a verdade
está na sexagésima resposta
Entretanto a tortura continua até que o médico declare
Não vale a pena ...
POEMA PARA SARAMAGO (de Clóvis Campêlo)
ResponderExcluirQuando chegares aos céus
não mais terás consciência
para percebê-lo.
Serás etéreo, vapor,
nuvem passageira.
No entanto, também serás
a essência preservada
da natureza,
simples circunstância.
O teu, era um sonho
terreno, consistente,
feito em rocha,
não mais caberia
nas nuvens.
O que te alimentava
era o desvendar
e a recriação constante
do código dos homens.
Nada era definitivo
e a verdade escondia-se
nas entrelinhas.
Talvez tenhas sido
o bobo da colina
ou o último guardião
das possibilidades negadas.
Teu vulto frágil
era assustador
e o verbo, desde
o princípio, recusava
o sonho inútil
e o tempo desperdiçado.
(Clóvis Campêlo, Nascido no Recife azul dos poetas, no bairro da Boa Vista)
Parte do discurso de José Saramago, 1998, perante a Real Academia Sueca:
ResponderExcluirDe como a Personagem Foi Mestre e o Autor Seu Aprendiz
" ... Minha avó, já a pé antes do meu avô, punha-me na frente uma grande tigela de café com pedaços de pão e perguntava-me se tinha dormido bem. Se eu lhe contava algum mau sonho nascido das histórias do avô, ela sempre me tranquilizava: "Não faças caso, em sonhos não há firmeza". Pensava então que a minha avó, embora fosse também uma mulher muito sábia, não alcançava as alturas do meu avô, esse que era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras. Foi só muitos anos depois, quando o meu avô já se tinha ido deste mundo e eu era um homem feito, que vim a compreender que a avó, afinal, também acreditava em sonhos.
Outra coisa não poderia significar que, estando ela sentada, uma noite, à porta da sua casa, onde então vivia sozinha, a olhar as estrelas por cima da sua cabeça, tivesse dito estas palavras: "O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer". Não disse medo de morrer, disse pena de morrer, como se a vida de pesado e contínuo trabalho que tinha sido a sua estivesse, naquele momento quase final, a receber a graça de uma suprema e derradeira despedida, a consolação da beleza revelada ..."
MOÇÂO DE PESAR PELA MORTE DE SARAMAGO
ResponderExcluirA Academia Palmense de Letras associa-se ao profundo pesar, a enorme mágoa pelo falecimento do escritor José Saramago ¿ espressa as suas sentidas condolências à Pilar Del Rio, companheira das suas vicissitudes e sua família.
A morte de um dos maiores expoentes da literatura portuguesa constitui uma perda irreparável para Portugal, para o espaço lusófono e para o mundo. Sua dimensão intelectual, artística, humana e cívica faz dele uma figura maior da nossa história. O nosso sentimento, também é de enorme gratidão por tudo que fez em prol da Democracia, Justiça Social, Direitos Humanos e, sobretudo, da Língua Portuguesa, nossa língua, que tornou-se mais bela com suas imortais obras. A nossa Academia rende assim o seu testemunho a um escritor que pela reputação mundial recebe milhares de merecidas homenagens e nós queremos acrescentar, neste doloroso momento do seu passamento, as nossas a todas aquelas que sua pátria e o mundo lhe consagram merecidamente. A nossa Academia está de luto...
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ResponderExcluirSaramago partiu
ResponderExcluirmilhares de fragmentos
ele espalhou
Vê-lo em pó
tornou-me desesperançada
Mas as estrelas
também são pó
Poetas fragmentam ideias
Saramago então agora
é uma estrela
Esperanço-me novamente...
A respeito da suposta morte das ideologias, Saramago afirmou, em uma entrevista ao programa “Entrelinhas”, da TV Cultura: “Nós como seres finitos não temos o direito de declarar a morte de alguém ou de alguma coisa”. Ser comunista é um estado de espírito, e na URSS eles não estavam com o espírito devidamente aparelhado.
ResponderExcluirPalavras de Saramago são sempre inesquecíveis e atuais...
ResponderExcluirDiscurso perante os amigos, logo após receber o Nobel - (11 de Dezembro de 1998)
Chega-se Mais Facilmente a Marte...
Cumpriram-se hoje exactamente cinquenta anos sobre a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Não têm faltado comemorações à efeméride. Sabendo-se, porém, como a atenção se cansa quando as circustâncias lhe pedem que se ocupe de assuntos sérios, não é arriscado prever que o interesse público por esta questão comece a diminuir já a partir de amanhã...
Neste meio século não parece que os Governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente estavam obrigados. As injustiças multiplicam-se, as desigualdades agravam-se, a ignorância cresce, a miséria alastra. A mesma esquizofrénica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante...
Waldemar, amigo querido, muito bem lembrado.
ResponderExcluirEsse discurso sintetiza a mais pura essência de Saramago, sua luta pelo social, pelos direitos humanos, pela liberdade, pela igualdade...
O discurso tem continuação... vou continuar, mesmo longo, não resisto, é íntegro, supremo, digno...
"Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os Governos, porque não sabem, porque não podem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem aqueles que efectivamente governam o mundo, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo poder, absolutamente não democrático, reduziu a quase nada o que ainda restava do ideal da democracia. Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos. Pensemos que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem e que não é de esperar que os Governos façam nos próximos cinquenta anos o que não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra. Com a mesma veemência com que reivindicamos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa tornar-se um pouco melhor."
Viva Saramago !!!!!!!!!!
Esse cara era legal.
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