quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Vídeo conta por meio de depoimentos e imagens as ações violentas da PM no Pinheirinho

Vídeo retrata a ação violenta da Polícia Militar e o desespero de moradores durante a reintegração de posse realizada na ocupação do Pinheirinho, no dia 22 de janeiro, em São José dos Campos, interior de São Paulo. As imagens provam o uso de balas de borracha e gás lacrimogêneo contra a população como também o manuseio de armas de fogo por parte da Corporação. Segundo nota da PM, toda ação foi feita com respeito incondicional aos direitos humanos. Os desvios, segundo eles, serão apurados.

O Pinheirinho é do povo! Crônicas do terrorismo do Estado.



Leia também o manifesto apresentado pelos diretores do filme "Trabalhar Cansa" durante premiação com presença do governador.

A cerimônia de entrega do Prêmio Governador do Estado para Cultura 2011, na terça-feira (24), em São Paulo, foi local de mais um protesto contra a truculência do Estado em operações policiais recentes.

Em seu discurso de agradecimento, os diretores do filme "Trabalhar Cansa", Juliana Rojas e Marco Dutra, que conquistou o prêmio, leram um manifesto de cerca de três minutos. No texto, eles criticaram os episódios de violência contra a população na Universidade de São Paulo (USP), na chamada área da "Cracolândia" e na ocupação urbana Pinheirinho, em São José dos Campos, interior paulista. Na plateia estava o governador do estado e alvo das críticas, Geraldo Alckmin.

O manifesto:

“Moção de repúdio à política do coturno em Pinheirinho

De um lado, pelo menos 1.600 famílias que lutam pelo direito de morar no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), ocupação que tem oito anos de existência. Do outro, mais de 2.000 policiais militares e civis cumprindo ordens da Justiça Estadual e da Prefeitura de São José dos Campos, em favor da massa falida da empresa Selecta, pertencente ao mega-especulador Naji Nahas. Ainda que não houvesse outras circunstâncias agravantes no caso, já seria possível constatar que as instâncias dos poderes executivo e judiciário fizeram a opção, em Pinheirinho, pela lei que protege a especulação imobiliária, em detrimento do direito das pessoas à moradia. Vence mais uma vez a política do coturno em prol do capital.

De um lado, bombas, armas, gases, helicópteros, tropa de choque. Do outro, dois revólveres apreendidos. Não há notícia de que tenham sido usados. Uma praça de guerra é instalada – numa batalha em que um exército ataca civis. Não há plano de realocação das famílias. As que não conseguiram ou não quiseram fugir, ou receberam dinheiro para passagens para outras cidades, ou estão sendo mantidas cercadas, com comida racionada, como num campo de concentração. A imprensa não pode entrar no local, não pode fazer entrevistas, e os hospitais da região não podem informar sobre mortos e feridos. O que se quer esconder? O Governo do Estado lavou as mãos diante do caso, assim como o Superior Tribunal de Justiça. O Governo Federal tardou em agir. A chamada “função social da propriedade”, prevista na Constituição Brasileira, revelou-se assim como peça de ficção, justamente onde a ficção não deveria ser permitida.

Mais uma vez, o Estado assume o papel de “testa de ferro” para as estripulias financeiras da “selecta” casta de milionários e bilionários. A política do coturno em prol do capital vem ganhando espaço. Assim está acontecendo na higienização do bairro da Luz, em São Paulo, preparando-o para a especulação imobiliária; assim vem acontecendo na repressão ao movimento estudantil na USP, minando a resistência à privatização do ensino; assim acontece no campo brasileiro há tanto tempo, em defesa do agronegócio. Os exemplos se multiplicam. E não nos parece fato isolado que, hoje, a quase totalidade dos subprefeitos da cidade de São Paulo sejam coronéis da reserva da PM. Nós, trabalhadores artistas, expressamos nosso repúdio veemente a esse tipo de política. Mais 1.600 famílias estão nas ruas: a lei foi cumprida. Para quem?”

7 comentários:

  1. “As elites só pensam em patrimônio, mas não é isso o que diz a nossa Constituição. O primeiro direito que deve ser preservado é a vida das pessoas, e o segundo é o direito as condições de sobrevivência, ou seja, trabalho, moradia, educação e saúde. Depois é que vem o direito de propriedade, vários capítulos adiante". (João Pedro Stédile)

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  2. Essa violência é a cara da social democracia brasileira, fervorosa defensora dos interesses da elite. E para os pobres balas e bombas de gáz.

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    1. Não podemos ficar calados e omissos diante da truculência com que o Estado trata a população. Totalmente inaceitável.

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    2. Não podemos ficar calados e omissos diante da truculência com que o Estado trata a população. Totalmente inaceitável.

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  3. Já há muito tempo vem ocorrendo misteriosos incendios em favelas que levam os moradores ao desabrigo. Essa ação no Pinheirinho deixa claro o que está acontecendo: Limpeza etnica. Danem-se, morram desalojados, desamparados, seus pobres. Esta é a política social de SP.

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  4. Que país é esse que a Justiça, que decide em nome do cidadão, joga o povo ao léu?
    R. Leme

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