quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Governo lança CD-ROM com memória da resistência à ditadura militar brasileira

Oito mil escolas públicas de ensino médio de todo o país irão receber do governo federal um CD-ROM com a história de 394 mortos e desaparecidos durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). O trabalho, feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apoio do Ministério da Educação (MEC) e sob a encomenda da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, foi apresentado dia 10 de dezembro em Brasília.

O CD-ROM foi elaborado a partir dos arquivos do projeto Direito à Memória e à Verdade da SDH e outros documentos. Além da biografia dos perseguidos políticos, o CD vai permitir aos professores e estudantes conhecer o contexto histórico e cultural do período com acesso à cerca de 4 mil fotografias e ilustrações, 300 vídeos e mais 300 canções que fizeram parte dos protestos e da resistência à ditadura.

“Essa juventude hoje não conhece os anos difíceis que o país passou”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, no lançamento. Segundo ele, o CD-ROM “será festejado como um instrumento de transformação”. Para Haddad, há um efeito pedagógico e cívico na iniciativa. “Democracia se apropria com a cultura. Não é nata do ser humano”, disse ao enfatizar que os valores democráticos precisam ser ensinados.

O ministro Paulo Vannuchi enfatizou que o CD ROM é uma experiência “absolutamente pioneira” em projetos de memória. “Não lembro de ter ouvido falar em outro país”, disse. SDH e MEC também são parceiros na elaboração das diretrizes curriculares nacionais para direitos humanos.

O CD-ROM deverá virar um site a ser desenvolvido pela UFMG. O trabalho foi coordenado pela professora Heloisa Maria Murgel Starling do departamento de história da UFMG e contou com a participação de 15 estudantes de várias áreas, entre elas, história, direito e comunicação.

Para a professora, o projeto é uma “batalha ganha” na recuperação da memória da época da ditadura. “Ao abordar a cultura, o CD-ROM traz uma dimensão de esperança e dimensão lúdica. O conhecimento da história se dá não apenas pela fase dura e dramática, mas também pela enorme criatividade que existia no período.”

9 comentários:

  1. Acho interessante porque realmente os jovens do Brasil não conhecem nada dos anos de repressão que o país passou e é preciso conhecer a história para se entender certas coisas que acontecem hoje.

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  2. Considero uma iniciativa importante sim, principalmente se o CD contiver toda a verdade desse tempo tenebroso para os brasileiros.

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  3. Também considero.
    E se nomes de mandantes de torturadores e assassinos forem citados considerarei ainda mais.
    Mas incrédulo que sou, nesse assunto de abrir gavetas dessa época, não acredito.

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  4. Vou por fé na intenção mas juro que vou também fazer uma rezinha pra que a coisa seja feita como deve. Revelar nomes de mortos e desaparecidos não é suficiente. Quero ver o nome dos que executaram tais mortes e desaparecimentos. Será? Com todo respeito...

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  5. Muito importante essa iniciativa de nosso governo de colocar nossa juventude a par da história do país em que vive. Muitos jovens consideram que a história começa no dia que eles iniciam ler e escrever, e não é bem isso. Difícil, muito difícil, pra mim como educadora, fazê-los entender que não é assim. Ouço absurdos na sala de aula como: ... não sei professora, não é do meu tempo e não me interessa. Parabenizo essa postura de nosso governo em revelar nossa história. Aguardo com ansiedade esse CD nas escolas em que trabalho.

    Angelica Magalhães

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  6. Vcs já falaram o que eu queria dizer. Nomes dos que promoveram a ditadura e não apenas dos que contra ela lutaram é o que interessa pra essa história ter fundamento.

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  7. Tudo a ver gente não tem nada que melar, se é fato é, se não é ou não é. Invenção não faz parte dessa parte da história. Se fizer é... e temos que continuar brigando pra que não seja... Fui.

    duarte, prazer...

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  8. Isso mesmo gente.
    Se é pra fazer é pra ser bem feito. Nomes dos assassinados e dos assassinos. Dos reprimidos e dos repressores. Dos que lutaram contra a ditadura e dos que queriam o Brasil algemado, dependende de estrangeiros, censurado, sangrado, órfão de criatividade, arte, cultura.
    Mas vou esperar pra ver.

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  9. É uma atitude minha gente. Principalmente pela propaganda da oposição ao governo que tentou durante as eleições boicotar a possivel eleição de nossa presidenta eleita tentando transformá-la numa terrorista inconsequente, tornou-se necessária a explicação aos jovens do que é lutar contra um regime opressor, o que é ser terrorista quando o país está nas mãos de gente que mata, fere, assassina a nação. Deixar bem claro o que aconteceu ao Brasil na época da ditadura militar.

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