Generalizada e institucionalizada desde a Ditadura Militar, a prática de violência nas prisões brasileiras conta com a cumplicidade e omissão dos agentes públicos e das autoridades. É isso que uma comissão da ONU deverá constatar, brevemente, em visita ao Brasil – um vexame.
por Lúcia Rodrigues (Caros Amigos)
No próximo mês uma delegação da ONU virá ao país para verificar o que acontece atrás das grades das prisões brasileiras. O cenário que os representantes do Subcomitê para a Prevenção da Tortura, da Organização das Nações Unidas, irão encontrar é macabro. A tortura é praticada sistematicamente por policiais e agentes penitenciários em presídios, delegacias, centros de detenção provisórios e unidades socioeducativas destinadas a adolescentes. Está disseminada de norte a sul e de leste a oeste do país. Apesar disso, nenhum torturador está preso no Brasil. A tortura conta com a anuência do sistema judiciário.
Livro resgata história do jornal Movimento. Em entrevista, autor fala sobre o periódico que enfrentou os militares
por Vinicius Mansur
Nascido em julho de 1975, após a saída em massa dos jornalistas do Opinião, o jornal Movimento foi um dos mais importantes instrumentos que escreveram a história da redemocratização brasileira até novembro de 1981. Fruto da organização coletiva daqueles que apostaram no jornalismo sem patrão e com programa político explícito, o jornal Movimento forjou, em meio à ditadura militar, o concreto exercício da democracia.
Esta história sai agora do mundo efêmero do jornalismo, dos registros dispersos e das conversas esporádicas para o registro denso e rigoroso do livro Jornal Movimento, uma reportagem de Carlos Azevedo, com reportagens de Marina Amaral e Natália Viana. Em entrevista, Azevedo resgata esta saga do jornalismo combativo.
Agradecemos ao Engenho Teatral pelo convite na "Engenho Mostra um pouco do que Gosta VI" para apresentação do espetáculo "Os filhos da Dita". A ele, a todos que nos deram força e aos que lá foram nos assistir, nosso imenso carinho e nossos aplausos.
É uma mostra anual de teatro que reúne algumas dessas experiências para o público do Engenho Teatral. Não se trata de mostrar o chamado “teatro de qualidade”, as formas estabelecidas de ver e representar o mundo. São outras janelas que se abrem, é uma outra comunhão e festa que se propõe ao público.
Na programação de 2011, que começou em 16 de julho, 4 dos 5 grupos de teatro convidados já se apresentaram na Engenho Mostra. Amanhã, sábado, dia 13 e domingo, dia 14, é a vez de Arlequins com o espetáculo Os filhos da Dita.
Como diz o pessoal do Engenho: Quem não viu, prepare-se para ver o que não se vê na TV.
Serviço:
ENTRADA GRATUITA Dias 13 (sábado) e 14 (domingo) de agosto, às 19h Engenho Teatral Clube Escola Tatuapé - Estação Carrão do Metrô Rua Monte Serrat, 230 fone 2092-8865 Estacionamento gratuito no local Não se proíbe a entrada de crianças acompanhadas Duração: 65 minutos Recomendado para maiores de 14 anos Saiba mais sobre ENGENHO MOSTRA UM POUCO DO QUE GOSTA VI
Até 1999, central de arapongagem espionou partidos, autoridades nacionais, políticos, movimentos sociais, igrejas e sindicatos
por Ricardo Galhardo
A Polícia Civil de São Paulo espionou clandestinamente partidos, líderes políticos, autoridades estaduais e nacionais, movimentos sociais, igrejas e sindicatos até 1999, quase 15 anos depois do fim da ditadura militar (1964-1985). A existência de uma central de arapongagem política em pleno período democrático está registrada em mais de 50 mil documentos disponibilizados pelo Arquivo Público do Estado aos quais o iG teve acesso.
Segundo os documentos, o Departamento de Comunicação Social da Polícia Civil (DCS), criado em 1983 pelo governador Franco Montoro e extinto em 1999 no segundo mandato de Mário Covas, infiltrava agentes em assembléias sindicais e reuniões partidárias, fotografava e documentava atos políticos e acompanhava de perto as principais lideranças e entidades sem que houvesse qualquer indício de crime que justificasse a ação policial.