sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Tortura e psicologia - uma questão sempre presente

A tortura não é coisa do passado. É uma prática que persiste e precisa ser combatida.

O Memorial da Resistência de São Paulo, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, apresenta no projeto Sábado Resistente “Tortura e Psicologia – uma questão sempre presente”, um debate com a psicóloga e ex-coordenadora do Programa Nacional de Combate à Tortura do Governo Federal, Maria Auxiliadora Arantes, e Lúcia Coelho, psicóloga clínica, sobre a tortura, a concepção que move os torturadores e como suas vítimas convivem com essa experiência terrível.

Na ocasião, haverá o lançamento do livro Carrascos e Vítimas - Psicologia da Tortura, da psicóloga francesa Françoise Sironi (Professora Titular de Psicologia Clínica e Psicopatologia na Universidade Paris VIII e diretora do Centro de Etnopsiquiatria Georges Devereux). A publicação faz uma análise profunda do ponto de vista psicológico e sócio-político da aplicação premeditada da tortura e descreve instrumentos materiais e verbais utilizados pelos perpetradores dessa infame prática. O fato de os transtornos mentais desencadeados pela destruição física e psicológica das pessoas torturadas serem distintos de qualquer quadro nosológico da psiquiatria atual, levou Françoise Sironi a desenvolver uma nova técnica de atendimento psicológico para as vítimas do que ela denomina como "traumatismo intencional".

Este Sábado Resistente conta com o apoio do Conselho Regional de Psicologia, do Sindicato dos Psicólogos, do Instituto Roschard e do Instituto de Psicologia da USP.

Programação:

14h00 - Boas Vindas de Kátia Felipini (Coordenadora do Memorial da Resistência)
Apresentação e coordenação: Ivan Seixas (Núcleo de Preservação da Memória Política)

14h15 - “Tortura e psicologia - uma questão sempre presente”


“Tortura: crime praticado pelos humanos”

Maria Auxiliadora Arantes

Mestre em Psicologia Clínica e Doutora em Ciências Sociais - PUC/SP; integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia; Coordenadora Geral de Combate à Tortura na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (2009-2010); fundadora e dirigente do Comitê Brasileiro pela Anistia de São Paulo - CBA/SP (1978-1982)


“As raízes geopolíticas da tortura intencional e seus efeitos na sociedade brasileira”

Lúcia Coelho

Psicóloga, Mestre em Filosofia das Ciências, Doutora em Ciência Médicas, Especialista no Psicodiagnóstico de Rorschach, Presidente da Sociedade Rorschach de São Paulo


16h - Debate

17h - Lançamento do livro “Carrascos e Vítimas - Psicologia da Tortura” (Françoise Sironi)


Serviço:

Local: Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 – Luz
Auditório Vitae – 5º andar
dia 3 de dezembro
das 14h às 17h30

Os Sábados Resistentes, promovidos pelo Memorial da Resistência de São Paulo e pelo Núcleo de Preservação da Memória Política, são um espaço de discussão entre militantes das causas libertárias, de ontem e de hoje, pesquisadores, estudantes e todos os interessados no debate sobre as lutas contra a repressão, em especial à resistência ao regime civil-militar implantado com o golpe de Estado de 1964. Os Sábados Resistentes têm como objetivo maior o aprofundamento dos conceitos de Liberdade, Igualdade e Democracia, fundamentais ao Ser Humano.

9 comentários:

  1. Muito bom isso. Um assunto tão delicado como esse deve ser mesmo sempre visto e revisto com muito respeito e tratado como um mal que deve ser eliminado do meio dos homens, da vida em geral.

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  2. Concordo com você Catarina.

    Carl Jung disse "Um homem saudável não tortura os outros. Em geral, é o torturado que se torna o torturador."

    O homem que se tornou um torturador sofre de alguma doença louca. Trauma, ou seja lá o que for.

    Com isso concluo que não basta dar assistência psicológica ao ser que sofreu na mão de um torturador, precisa também e principalmente dar ao torturador, esse ser tão doente. E muita, para que essa doença doida de fazer doer o outro seja exterminada.

    Parabéns mais uma vez pelo belo blog. TOP.

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  3. Mundo louco esse que transforma seres tão mimosos como os bebês em feras.

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  4. Silvão. Seria o mundo ainda um bebê mimoso?

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  5. Fabiana. Isso aí. O mal cresceu no momento em que os muros determiram espaços e tornaram vizinhos inimigos.

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  6. Torturar alguém é sucumbir-se ao fosso mais nojento e lacrado pela loucura incurável.

    Ana Clara

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  7. Valeu amigas e amigos queridos por seus comentários sempre pertinentes. Sem vocês esse espaço não seria tão importante para nós como é. Beijos.

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  8. Eu já sofri tortura, mas eu não sou do tipo "sofri algo terrível e quero que todos tenham essa dor consigo também para saberem pelo que eu passei" eu sou do tipo "sofri e não quero que ninguém mais sofra o que eu sofri"

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