Que maravilha! Ouvir Elis cantando qualquer música é a melhor coisa desse mundo, mas essa, em especial, me encanta demais... A frase: "Choram Marias e Clarices no solo do Brasil", me arrepia. Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, para você, todo meu carinho. Estarei sempre com você, contra qualquer espécie de ditadura e repressão. E com todas as Marias...
Adoro Elis Regina e também estou com essas mulheres que perderam seus companheiros assassinados pela ditadura. Inclusive, a TV Câmara, disponibiliza um vídeo testemunhal de três mulheres que viveram essa brutal realidade. Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva; Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog; e Thereza Fiel, viúva do operário Manuel Fiel Filho.
PODECRE TANTA GENTE Q PARTIU LA EM CASA O PESSOAL CONTA DE UM TIO MEU Q SUMIU BEM NESSA EPOCA DE CAÇA AOS COMUNISTAS EU ERA PEQUENO NEM LEMBRO BEM DELE MAS QDO PERGUNTO O Q FIZERAM POR ELE O POVO FALA Q SO SE DEU CONTA Q ELE SUMIU DE VEZ - BEM NESSE TEMPO - MUITO DEPOIS ESTAVAM ACOSTUMADOS PQ ANTES ELE SUMIA DE POUQUINHO E SEMPRE VOLTAVA DESSA VEZ ELE NAO VOLTOU DIZEM Q ERA ATIVISTA VIVIA METIDO NAS PASSEATAS NOS AGITOS CHEIO DE IDEIAS VONTADES E ESPERANÇA DE ACABAR COM A REPRESSAO DANÇA A ESPERANÇA DE SOMBRINHA EM CADA PASSO DESSA LINHA PODE SE MACHUCAR ACHO Q ELE SE MACHUCOU COITADO MAIS UM ESQUECIDO
Esse é tempo de partido, tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes, viajamos e nos colorimos. A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua. Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.
Waldemar, não resisti em completar mais uma parte da poesia NOSSO TEMPO
Visito os fatos, não te encontro. Onde te ocultas, precária síntese, penhor de meu sono, luz dormindo acesa na varanda? Miúdas certezas de empréstimos, nenhum beijo sobe ao ombro para contar-me a cidade dos homens completos.
Calo-me, espero, decifro. As coisas talvez melhorem. São tão fortes as coisas! Mas eu não sou as coisas e me revolto. Tenho palavras em mim buscando canal, são roucas e duras, irritadas, enérgicas, comprimidas há tanto tempo, perderam o sentido, apenas querem explodir.
MUITO BOM MESMO... SE É PRA COMPLETAR VOU NESSA...
Símbolos obscuros se multiplicam. Guerra, verdade, flores? Dos laboratórios platônicos mobilizados vem um sopro que cresta as faces e dissipa, na praia, as palavras.
A escuridão estende-se mas não elimina o sucedâneo da estrela nas mãos. Certas partes de nós como brilham! São unhas, anéis, pérolas, cigarros, lanternas, são partes mais íntimas, e pulsação, o ofego, e o ar da noite é o estritamente necessário para continuar, e continuamos.
ah to chateada. queria continuar a poesia do drummond, mas não sei como. snifff. minha conexao é uma B, bota B nisso. mal consigo entrar aqui. so sei q nao vou desistir. to de *-* bem aberto adoro esse blog vcs sao demais D]
E continuamos. É tempo de muletas. Tempo de mortos faladores e velhas paralíticas, nostálgicas de bailado, mas ainda é tempo de viver e contar. Certas histórias não se perderam. Conheço bem esta casa, pela direita entra-se, pela esquerda sobe-se, a sala grande conduz a quartos terríveis, como o do enterro que não foi feito, do corpo esquecido na mesa, conduz à copa de frutas ácidas, ao claro jardim central, à água que goteja e segreda o incesto, a bênção, a partida, conduz às celas fechadas, que contêm: papéis? crimes? moedas?
irina, DANDO CONTINUIDADE NO POEMA, O QUE PARA MIM É UMA SATISFAÇÃO
Ó conta, velha preta, ó jornalista, poeta, pequeno historiados urbano, ó surdo-mudo, depositário de meus desfalecimentos, abre-te e conta, moça presa na memória, velho aleijado, baratas dos arquivos, portas rangentes, solidão e asco, pessoas e coisas enigmáticas, contai; capa de poeira dos pianos desmantelados, contai; velhos selos do imperador, aparelhos de porcelana partidos, contai; ossos na rua, fragmentos de jornal, colchetes no chão da costureira, luto no braço, pombas, cães errantes, animais caçados, contai. Tudo tão difícil depois que vos calastes... E muitos de vós nunca se abriram.
[vamos nessa]
Abração a tdos vcs que criaram esse BLOG. MUITO BOM.
JÁ SEI QUE EM BREVE OS PALCOS DESSE BRASIL TREMULARÃO.
Samara, vc falou o que estava na ponta da minha lingua. rs. Arlequins tremulará os palcos...
Dando continuidade à provocação do Waldemar e a história do Carlo e seu tio desaparecido... Testemunho minha indignidade pelos que se calam, não vão à luta, se resignam com fatos.. "ora, ele sempre dava uma Sumidinha".
Falo como "Marias"...
Bem... Que prívilégio postar justamente essa parte complementar da poesia.. Sintetiza, nas entranhas, esse tempo...
É tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, palavra indireta, aviso na esquina. Tempo de cinco sentidos num só. O espião janta conosco.
É tempo de cortinas pardas, de céu neutro, política na maçã, no santo, no gozo, amor e desamor, cólera branda, gim com água tônica, olhos pintados, dentes de vidro, grotesca língua torcida. A isso chamamos: balanço.
No beco, apenas um muro, sobre ele a polícia. No céu da propaganda aves anunciam a glória. No quarto, irrisão e três colarinhos sujos.
Que ótimo! Estou emocionada com esse desenrolar do tópico e a inestimável participação de todos e todas! Nosso trabalho será mais rico em função da participação de todos vocês nesse processo ainda em andamento! Vamos soltar esse grito engasgado!
Eu também estou comovido. Juro que não pensei que fosse rolar a continuação da poesia. Mas já que está rolando, vamos nessa:
Escuta a hora formidável do almoço na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se. As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas. Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos! Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa, olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu osso. Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é tempo de comida, mais tarde será o de amor.
PUTZ COMOVIDO TO EU POXA PESSOAL BEM Q VCS PODIAM SER MINHA FAMILIA SE FOSSEM TALVEZ TIVESSEM CORRIDO PARA SABER O Q ACONTECEU AO MEU TIO VCS AGORA QUASE ME FIZERAM CHORAR OBRIGADO WALDEMAR E TODOS Q ESTAO NESSE MOVIMENTO NUM MESMO SENTIDO CUIDANDO PARA TORNAR ESSA NOSSA TERRA MELHOR
Lentamente os escritórios se recuperam, e os negócios, forma indecisa, evoluem. O esplêndido negócio insinua-se no tráfego. Multidões que o cruzam não vêem. É sem cor e sem cheiro. Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul, vem na areia, no telefone, na batalha de aviões, toma conta de tua alma e dela extrai uma porcentagem.
Escuta a hora espandongada da volta. Homem depois de homem, mulher, criança, homem, roupa, cigarro, chapéu, roupa, roupa, roupa, homem, homem, mulher, homem, mulher, roupa, homem, imaginam esperar qualquer coisa, e se quedam mudos, escoam-se passo a passo, sentam-se, últimos servos do negócio, imaginam voltar para casa, já noite, entre muros apagados, numa suposta cidade, imaginam.
Escuta a pequena hora noturna de compensação, leituras, apelo ao cassino, passeio na praia, o corpo ao lado do corpo, afinal distendido, com as calças despido o incômodo pensamento de escravo, escuta o corpo ranger, enlaçar, refluir, errar em objetos remotos e, sob eles soterrados sem dor, confiar-se ao que bem me importa do sono.
Escuta o horrível emprego do dia em todos os países de fala humana, a falsificação das palavras pingando nos jornais, o mundo irreal dos cartórios onde a propriedade é um bolo com flores, os bancos triturando suavemente o pescoço do açúcar, a constelação das formigas e usurários, a má poesia, o mau romance, os frágeis que se entregam à proteção do basilisco, o homem feio, de mortal feiúra, passeando de bote num sinistro crepúsculo de sábado.
consegui gente, consegui pegar a poesia, to tao contente sou tao ruim de internet q qdo consigo alguma coisa fico td feliz ;D la vai a minha contribuicao, uma parte riquissima por sinal continuando onde o carlo parou ai que coisa linda gente
Nos porões da família orquídeas e opções de compra e desquite. A gravidez elétrica já não traz delíquios. Crianças alérgicas trocam-se; reformam-se. Há uma implacável guerra às baratas. Contam-se histórias por correspondência. A mesa reúne um copo, uma faca, e a cama devora tua solidão. Salva-se a honra e a herança do gado.
Ou não se salva, e é o mesmo. Há soluções, há bálsamos para cada hora e dor. Há fortes bálsamos, dores de classe, de sangrenta fúria e plácido rosto. E há mínimos bálsamos, recalcadas dores ignóbeis, lesões que nenhum governo autoriza, não obstante doem, melancolias insubornáveis, ira, reprovação, desgosto desse chapéu velho, da rua lodosa, do Estado. Há o pranto no teatro, no palco ? no público ? nas poltronas ? há sobretudo o pranto no teatro, já tarde, já confuso, ele embacia as luzes, se engolfa no linóleo, vai minar nos armazéns, nos becos coloniais onde passeiam ratos noturnos, vai molhar, na roça madura, o milho ondulante, e secar ao sol, em poça amarga. E dentro do pranto minha face trocista, meu olho que ri e despreza, minha repugnância total por vosso lirismo deteriorado, que polui a essência mesma dos diamantes.
Isso ficou uma beleza. Nunca pensei que vocês fossem tão determinados assim. Esse Blog tá dando gosto de frequentar. Agora quando quiser passar meu tempo de uma maneira produtiva sei onde ir. Já que comecei a poesia vou terminar. abraços pra todos !
O poeta declina de toda responsabilidade na marcha do mundo capitalista e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas promete ajudar a destruí-lo como uma pedreira, uma floresta um verme.
Seu tio, na época que desapareceu, pode não ter sido procurado, velado, chorado, lembrado... Um lapso de tempo passado... Mas, com certeza agora foi homenageado, com toda honra que merecia, por esta generosa colaboração de todos ao postarem na íntegra esse poema.
Beijão
Samara, estou contigo. Gostei da brincadeira... hehehehe
Ah ! Tô chateada ! Chateadíssima ! Não entrei esses dias todos aqui no Blog e perdi a oportunidade de fazer parte dessa, podemos dizer, corrente cultural. Sacanagem do acaso, pô! Essa poesia é de uma furia que me deixa empolgada.
Tava aqui lendo e achei muito interessante certas concomitâncias...
A Irina que disse que ia continuar, começou justamente da parte que começa com "e continuamos".
O carlo, que sem querer, fecundou a postagem do poema, ficou com a parte densa/concentrada de tipos e formas.
A Ana Maria que é do grupo Arlequins, né? ficou justamente com a parte que cita "o teatro", achei demais.
O Waldemar que começou teve a chance de finalizar...
E eu... de bobeira... kkkkkkkk Também quero outro... kkk
VCS ME DESMONTARAM NAO RESTA NADA MAIS DE MIM ALEM DE UM APAIXONADO PELO ARLEQUINS E TDS QUE ACOMPANHAM ESSA COMPANHIA DE TEATRO NUNCA EM TDA MINHA VIDA RECEBI TANTO CARINHO
MEU TIO ESTA RECOMPENSADO (EU TBM) ONDE QUER Q ESTEJA O Q SOBROU DLE SEJA NUMA VALA OBSCURA NAS PROFUNDA DE QQUER LUGAR NUM MATO QQUER
MESMO Q RETALHADO E DISTRIBUIDO PELO MUNDO
ESTA DEVIDAMENTE RECONHECIDO
E SE ME FOSSE PERMITIDO ESCREVER UM EPITAFIO EM SUA HOMENAGEM EU ESCREVERIA SIMPLESMENTE UMA ÚNICA PALAVRA
Gostei desse Blog. Voces sao interagidos. Acho que vou frequentar. Se me entusiasmar sempre pelo que voces editarem, como nesse topico, serei um membro atento e critico. saudaçoes
Sou apaixonada pela Elis. Ela interpretando essa música é simplesmente divino. O poema que vocês escreveram aqui -NOSSO TEMPO- são palavras que muitos queriam pronunciar, um grito na verdade. Beijins
Eu tbm Elis eh D+ Gosto da parte que fala MAS SEI QUE UMA DOR ASSIM PUNGENTE NAO HA DE SER INUTILMENTE... Mto da hora neh Mas nao podemos esquecer do Joao Bosco neh gente Sem ele essas frases lindas nao existiriam.
Olá todos. Elis, como interprete, é a melhor coisa que o Brasil já teve. E o João um compositor sublime. Sabem, eu sei que no tempo da Elis também tinha muita merda no meio musical, mas não como hoje. É demais gente, nossos ouvidos literalmente viraram pênicos da mídia e das gravadoras. Sei que toda má música é passageira, não faz história. Mas ter que ouvir "rebouleixom" faz de nosso presente quase uma necessidade de ser passado ou futuro para jamais ter que presenciar esse lixo.
concordo com você catarina a máquina de produção da música brasileira só dá visibilidade ao lixo o que é bom a gente tem que procurar nunca está na TV ou nas rádios domingos por exemplo quando estamos em casa na boa a TV é a última opção para relaxar porque o que se vê nela é o que de pior se produz cuja única função é entorpecer o cérebro com material que nem pra reciclar serve abraços
O que importa é que nesse momento estou me deliciando ouvindo Elis, cantando com uma fúria humana Como Nossos Pais. Danem-se essas coisas que habitam nosso mundo que rebolam feito amebas inférteis no cio. Acho que falei demais... hihihihihi bjins
Adoro a Elis Regina, o João Bosco e o Carlos Drummond. São pessoas que deixam o mundo mais arejado, mais gostoso para se viver, livram-nos do sufoco de tantas outras coisas que entalam nossas gargantas. bjs
Tudo de bom esse tópico... O som e a letra de João Bosco. A interpretação de Elis. E esse poema de uma riqueza de pensamento insuperável. Beijócas a todos...
Que maravilha!
ResponderExcluirOuvir Elis cantando qualquer música é a melhor coisa desse mundo, mas essa, em especial, me encanta demais...
A frase: "Choram Marias e Clarices no solo do Brasil", me arrepia.
Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, para você, todo meu carinho.
Estarei sempre com você, contra qualquer espécie de ditadura e repressão.
E com todas as Marias...
Adoro Elis Regina e também estou com essas mulheres que perderam seus companheiros assassinados pela ditadura.
ResponderExcluirInclusive, a TV Câmara, disponibiliza um vídeo testemunhal de três mulheres que viveram essa brutal realidade.
Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva; Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog; e Thereza Fiel, viúva do operário Manuel Fiel Filho.
O link é:
http://www.camara.gov.br/internet/TVcamara/default.asp?selecao=MAT&Materia=53314
"Curta-metragem "Eunice, Clarice, Thereza" (diretor Joatan Vilela Berbel)"
Valeu, Márcia. É importantissimo para a nossa pesquisa que essas informações circulem. Obrigada.
ResponderExcluirTo aprendendo tanta coisa c/ vcs. So agora fiquei sabendo que o nome Clarice nao era apenas uma rima. Vou seguir esse blog c/+ afinco.
ResponderExcluirbjs !
PODECRE
ResponderExcluirTANTA GENTE Q PARTIU
LA EM CASA O PESSOAL CONTA DE UM TIO MEU Q SUMIU BEM NESSA EPOCA DE CAÇA AOS COMUNISTAS
EU ERA PEQUENO NEM LEMBRO BEM DELE
MAS QDO PERGUNTO O Q FIZERAM POR ELE O POVO FALA Q SO SE DEU CONTA Q ELE SUMIU DE VEZ - BEM NESSE TEMPO - MUITO DEPOIS
ESTAVAM ACOSTUMADOS PQ ANTES ELE SUMIA DE POUQUINHO E SEMPRE VOLTAVA
DESSA VEZ ELE NAO VOLTOU
DIZEM Q ERA ATIVISTA VIVIA METIDO NAS PASSEATAS NOS AGITOS
CHEIO DE IDEIAS VONTADES E ESPERANÇA DE ACABAR COM A REPRESSAO
DANÇA A ESPERANÇA DE SOMBRINHA EM CADA PASSO DESSA LINHA PODE SE MACHUCAR
ACHO Q ELE SE MACHUCOU
COITADO
MAIS UM ESQUECIDO
É, Carlo...
ResponderExcluirEsse é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
O restante da poesia busque em:
Nosso Tempo
Carlos Drummond de Andrade
abraços
Waldemar, não resisti em completar mais uma parte da poesia NOSSO TEMPO
ResponderExcluirVisito os fatos, não te encontro.
Onde te ocultas, precária síntese,
penhor de meu sono, luz
dormindo acesa na varanda?
Miúdas certezas de empréstimos, nenhum beijo
sobe ao ombro para contar-me
a cidade dos homens completos.
Calo-me, espero, decifro.
As coisas talvez melhorem.
São tão fortes as coisas!
Mas eu não sou as coisas e me revolto.
Tenho palavras em mim buscando canal,
são roucas e duras,
irritadas, enérgicas,
comprimidas há tanto tempo,
perderam o sentido, apenas querem explodir.
---- Valeu !!! ---- quem dá mais...? rs
silvio
ResponderExcluirtá provocando, é?
toma ! hehehehehe
Esse é tempo de divisas,
tempo de gente cortada.
De mãos viajando sem braços,
obscenos gestos avulsos.
Mudou-se a rua da infância.
E o vestido vermelho
vermelho
cobre a nudez do amor,
ao relento, no vale.
(muito bom isso...)
MUITO BOM MESMO... SE É PRA COMPLETAR VOU NESSA...
ResponderExcluirSímbolos obscuros se multiplicam.
Guerra, verdade, flores?
Dos laboratórios platônicos mobilizados
vem um sopro que cresta as faces
e dissipa, na praia, as palavras.
A escuridão estende-se mas não elimina
o sucedâneo da estrela nas mãos.
Certas partes de nós como brilham! São unhas,
anéis, pérolas, cigarros, lanternas,
são partes mais íntimas,
e pulsação, o ofego,
e o ar da noite é o estritamente necessário
para continuar, e continuamos.
UAU... SERÁ QUE CONTINUA?
ah to chateada. queria continuar a poesia do drummond, mas não sei como. snifff. minha conexao é uma B, bota B nisso. mal consigo entrar aqui.
ResponderExcluirso sei q nao vou desistir.
to de *-*
bem aberto
adoro esse blog
vcs sao demais
D]
Arvore. Blz.
ResponderExcluirClaro que continuamos !
Clementina. Continuo por você. :-)...
E continuamos. É tempo de muletas.
Tempo de mortos faladores
e velhas paralíticas, nostálgicas de bailado,
mas ainda é tempo de viver e contar.
Certas histórias não se perderam.
Conheço bem esta casa,
pela direita entra-se, pela esquerda sobe-se,
a sala grande conduz a quartos terríveis,
como o do enterro que não foi feito, do corpo esquecido na mesa,
conduz à copa de frutas ácidas,
ao claro jardim central, à água
que goteja e segreda
o incesto, a bênção, a partida,
conduz às celas fechadas, que contêm:
papéis?
crimes?
moedas?
(bjs a tds)
irina, DANDO CONTINUIDADE NO POEMA, O QUE PARA MIM É UMA SATISFAÇÃO
ResponderExcluirÓ conta, velha preta, ó jornalista, poeta, pequeno historiados urbano,
ó surdo-mudo, depositário de meus desfalecimentos, abre-te e conta,
moça presa na memória, velho aleijado, baratas dos arquivos, portas rangentes, solidão e asco,
pessoas e coisas enigmáticas, contai;
capa de poeira dos pianos desmantelados, contai;
velhos selos do imperador, aparelhos de porcelana partidos, contai;
ossos na rua, fragmentos de jornal, colchetes no chão da
costureira, luto no braço, pombas, cães errantes, animais caçados, contai.
Tudo tão difícil depois que vos calastes...
E muitos de vós nunca se abriram.
[vamos nessa]
Abração a tdos vcs que criaram esse BLOG.
MUITO BOM.
JÁ SEI QUE EM BREVE OS PALCOS DESSE BRASIL TREMULARÃO.
beijos Arlequins
Samara, vc falou o que estava na ponta da minha lingua. rs.
ResponderExcluirArlequins tremulará os palcos...
Dando continuidade à provocação do Waldemar e a história do Carlo e seu tio desaparecido...
Testemunho minha indignidade pelos que se calam, não vão à luta, se resignam com fatos.. "ora, ele sempre dava uma Sumidinha".
Falo como "Marias"...
Bem...
Que prívilégio postar justamente essa parte complementar da poesia..
Sintetiza, nas entranhas, esse tempo...
É tempo de meio silêncio,
de boca gelada e murmúrio,
palavra indireta, aviso
na esquina. Tempo de cinco sentidos
num só. O espião janta conosco.
É tempo de cortinas pardas,
de céu neutro, política
na maçã, no santo, no gozo,
amor e desamor, cólera
branda, gim com água tônica,
olhos pintados,
dentes de vidro,
grotesca língua torcida.
A isso chamamos: balanço.
No beco,
apenas um muro,
sobre ele a polícia.
No céu da propaganda
aves anunciam
a glória.
No quarto,
irrisão e três colarinhos sujos.
(Evoé...)
Que ótimo! Estou emocionada com esse desenrolar do tópico e a inestimável participação de todos e todas! Nosso trabalho será mais rico em função da participação de todos vocês nesse processo ainda em andamento! Vamos soltar esse grito engasgado!
ResponderExcluirEu também estou comovido. Juro que não pensei que fosse rolar a continuação da poesia. Mas já que está rolando, vamos nessa:
ResponderExcluirEscuta a hora formidável do almoço
na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se.
As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas.
Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos!
Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa,
olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu osso.
Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é tempo de comida,
mais tarde será o de amor.
Abraços pra todos vocês !
PUTZ
ResponderExcluirCOMOVIDO TO EU
POXA PESSOAL BEM Q VCS PODIAM SER MINHA FAMILIA
SE FOSSEM TALVEZ TIVESSEM CORRIDO PARA SABER O Q ACONTECEU AO MEU TIO
VCS AGORA QUASE ME FIZERAM CHORAR
OBRIGADO WALDEMAR E TODOS Q ESTAO NESSE MOVIMENTO NUM MESMO SENTIDO
CUIDANDO PARA TORNAR ESSA NOSSA TERRA MELHOR
Lentamente os escritórios se recuperam, e os negócios, forma indecisa, evoluem.
O esplêndido negócio insinua-se no tráfego.
Multidões que o cruzam não vêem. É sem cor e sem cheiro.
Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul,
vem na areia, no telefone, na batalha de aviões,
toma conta de tua alma e dela extrai uma porcentagem.
Escuta a hora espandongada da volta.
Homem depois de homem, mulher, criança, homem,
roupa, cigarro, chapéu, roupa, roupa, roupa,
homem, homem, mulher, homem, mulher, roupa, homem,
imaginam esperar qualquer coisa,
e se quedam mudos, escoam-se passo a passo, sentam-se,
últimos servos do negócio, imaginam voltar para casa,
já noite, entre muros apagados, numa suposta cidade, imaginam.
...
Escuta a pequena hora noturna de compensação, leituras, apelo ao cassino, passeio na praia,
ResponderExcluiro corpo ao lado do corpo, afinal distendido,
com as calças despido o incômodo pensamento de escravo,
escuta o corpo ranger, enlaçar, refluir,
errar em objetos remotos e, sob eles soterrados sem dor,
confiar-se ao que bem me importa
do sono.
Escuta o horrível emprego do dia
em todos os países de fala humana,
a falsificação das palavras pingando nos jornais,
o mundo irreal dos cartórios onde a propriedade é um bolo com flores,
os bancos triturando suavemente o pescoço do açúcar,
a constelação das formigas e usurários,
a má poesia, o mau romance,
os frágeis que se entregam à proteção do basilisco,
o homem feio, de mortal feiúra,
passeando de bote
num sinistro crepúsculo de sábado.
consegui gente, consegui pegar a poesia, to tao contente
ResponderExcluirsou tao ruim de internet q qdo consigo alguma coisa fico td feliz
;D
la vai a minha contribuicao, uma parte riquissima por sinal
continuando onde o carlo parou
ai que coisa linda gente
Nos porões da família
orquídeas e opções
de compra e desquite.
A gravidez elétrica
já não traz delíquios.
Crianças alérgicas
trocam-se; reformam-se.
Há uma implacável
guerra às baratas.
Contam-se histórias
por correspondência.
A mesa reúne
um copo, uma faca,
e a cama devora
tua solidão.
Salva-se a honra
e a herança do gado.
carlo, num fica assim, sou sua irmazinha, ta
ResponderExcluirbjins fraternos
:D
Não resisti... Beijos para todos e todas. Lá vai:
ResponderExcluirOu não se salva, e é o mesmo. Há soluções, há bálsamos
para cada hora e dor. Há fortes bálsamos,
dores de classe, de sangrenta fúria
e plácido rosto. E há mínimos
bálsamos, recalcadas dores ignóbeis,
lesões que nenhum governo autoriza,
não obstante doem,
melancolias insubornáveis,
ira, reprovação, desgosto
desse chapéu velho, da rua lodosa, do Estado.
Há o pranto no teatro,
no palco ? no público ? nas poltronas ?
há sobretudo o pranto no teatro,
já tarde, já confuso,
ele embacia as luzes, se engolfa no linóleo,
vai minar nos armazéns, nos becos coloniais onde passeiam ratos noturnos,
vai molhar, na roça madura, o milho ondulante,
e secar ao sol, em poça amarga.
E dentro do pranto minha face trocista,
meu olho que ri e despreza,
minha repugnância total por vosso lirismo deteriorado,
que polui a essência mesma dos diamantes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIsso ficou uma beleza.
ResponderExcluirNunca pensei que vocês fossem tão determinados assim.
Esse Blog tá dando gosto de frequentar.
Agora quando quiser passar meu tempo de uma maneira produtiva sei onde ir.
Já que comecei a poesia vou terminar.
abraços pra todos !
O poeta
declina de toda responsabilidade
na marcha do mundo capitalista
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas
promete ajudar
a destruí-lo
como uma pedreira, uma floresta
um verme.
Acabou !!! Poxa !!!
ResponderExcluirDa próxima vez vamos postar uma poesia mais longa ainda, assim a gente fica se falando por muito mais tempo kkkkk
Adorei
bjs
Carlo !
ResponderExcluirSeu tio, na época que desapareceu, pode não ter sido procurado, velado, chorado, lembrado...
Um lapso de tempo passado...
Mas, com certeza agora foi homenageado, com toda honra que merecia, por esta generosa colaboração de todos ao postarem na íntegra esse poema.
Beijão
Samara, estou contigo. Gostei da brincadeira... hehehehe
Ah ! Tô chateada ! Chateadíssima !
ResponderExcluirNão entrei esses dias todos aqui no Blog e perdi a oportunidade de fazer parte dessa, podemos dizer, corrente cultural.
Sacanagem do acaso, pô!
Essa poesia é de uma furia que me deixa empolgada.
Tava aqui lendo e achei muito interessante certas concomitâncias...
A Irina que disse que ia continuar, começou justamente da parte que começa com "e continuamos".
O carlo, que sem querer, fecundou a postagem do poema, ficou com a parte densa/concentrada de tipos e formas.
A Ana Maria que é do grupo Arlequins, né? ficou justamente com a parte que cita "o teatro", achei demais.
O Waldemar que começou teve a chance de finalizar...
E eu... de bobeira... kkkkkkkk
Também quero outro... kkk
beijos
VCS ME DESMONTARAM
ResponderExcluirNAO RESTA NADA MAIS DE MIM ALEM DE UM APAIXONADO PELO ARLEQUINS E TDS QUE ACOMPANHAM ESSA COMPANHIA DE TEATRO
NUNCA EM TDA MINHA VIDA RECEBI TANTO CARINHO
MEU TIO ESTA RECOMPENSADO
(EU TBM)
ONDE QUER Q ESTEJA O Q SOBROU DLE
SEJA NUMA VALA OBSCURA
NAS PROFUNDA DE QQUER LUGAR
NUM MATO QQUER
MESMO Q RETALHADO E DISTRIBUIDO PELO MUNDO
ESTA DEVIDAMENTE RECONHECIDO
E SE ME FOSSE PERMITIDO ESCREVER UM EPITAFIO EM SUA HOMENAGEM EU ESCREVERIA SIMPLESMENTE UMA ÚNICA PALAVRA
"ARLEQUINS"
(AGORA VOU CHORAR...) RSRSRSRSRSRS
que isso carlão !
ResponderExcluirtoma jeito rapaz
hehehehehehe
CARLAO É SENTIMENTAL !
ResponderExcluirDEIXA O CARA CHORAR, ELE ESTÁ COM ESSE CHORO PRESO HÁ MAIS DE 20 ANOS, PÔ !!!
CHORA CARLAO, BOTA PRA FORA, MEU IRMÃO.
Gostei desse Blog. Voces sao interagidos. Acho que vou frequentar. Se me entusiasmar sempre pelo que voces editarem, como nesse topico, serei um membro atento e critico.
ResponderExcluirsaudaçoes
Sou apaixonada pela Elis. Ela interpretando essa música é simplesmente divino.
ResponderExcluirO poema que vocês escreveram aqui -NOSSO TEMPO- são palavras que muitos queriam pronunciar, um grito na verdade.
Beijins
Eu tbm
ResponderExcluirElis eh D+
Gosto da parte que fala MAS SEI QUE UMA DOR ASSIM PUNGENTE NAO HA DE SER INUTILMENTE...
Mto da hora neh
Mas nao podemos esquecer do Joao Bosco neh gente
Sem ele essas frases lindas nao existiriam.
Olá todos.
ResponderExcluirElis, como interprete, é a melhor coisa que o Brasil já teve. E o João um compositor sublime.
Sabem, eu sei que no tempo da Elis também tinha muita merda no meio musical, mas não como hoje. É demais gente, nossos ouvidos literalmente viraram pênicos da mídia e das gravadoras.
Sei que toda má música é passageira, não faz história. Mas ter que ouvir "rebouleixom" faz de nosso presente quase uma necessidade de ser passado ou futuro para jamais ter que presenciar esse lixo.
beijos
concordo com você catarina
ResponderExcluira máquina de produção da música brasileira só dá visibilidade ao lixo
o que é bom a gente tem que procurar
nunca está na TV ou nas rádios
domingos por exemplo quando estamos em casa na boa a TV é a última opção para relaxar porque o que se vê nela é o que de pior se produz cuja única função é entorpecer o cérebro com material que nem pra reciclar serve
abraços
O que importa é que nesse momento estou me deliciando ouvindo Elis, cantando com uma fúria humana Como Nossos Pais.
ResponderExcluirDanem-se essas coisas que habitam nosso mundo que rebolam feito amebas inférteis no cio.
Acho que falei demais... hihihihihi
bjins
Adoro a Elis Regina, o João Bosco e o Carlos Drummond. São pessoas que deixam o mundo mais arejado, mais gostoso para se viver, livram-nos do sufoco de tantas outras coisas que entalam nossas gargantas.
ResponderExcluirbjs
Tudo de bom esse tópico...
ResponderExcluirO som e a letra de João Bosco.
A interpretação de Elis.
E esse poema de uma riqueza de pensamento insuperável.
Beijócas a todos...