segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O que tem por trás de certas afirmações?

Sempre que o assunto é "crime organizado", visto o que está acontecendo no Rio de Janeiro de hoje e o que aconteceu em São Paulo no dia das mães de 2006, a mídia cria uma dinâmica do medo a partir de absurdos sociológicos como o de afirmar que o “crime organizado” atual surgiu do encontro entre presos comuns e presos políticos pela ditadura nos anos 70, tentando vincular militantes de esquerda a traficantes de drogas, e separar a população em esquemas tipos “eles-nós”.
Porque essa necessidade em refletir a responsabilidade da existência do "crime organizado" aos presos políticos pela ditadura militar brasileira?

17 comentários:

  1. Que os presos comuns conviveram com os presos políticos nos cárceres da ditadura militar é fato. Daí a responsabilizar esse feito ao que acontece hoje é pura necessidade do estado de tirar o corpo fora e dizer "olha, foi a esquerda quem fez isso, somos vítimas dessa gente". Não é?

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  2. Naum compreendo mto bem esse lance mas dizer q os presos pela ditadura eh q ensinaram táticas d guerrilha pra q a coisa chegasse onde chegou eh exagero ah eh

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  3. Se alguém bobeou nessa história foi o regime militar que misturou tudo.

    O preso político tinha um ideal, um propósito. O preso comum não, a não ser o fato de obter ganhos de forma fácil. E lá no presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande (RJ), anos 70, qualquer preso tinha o mesmo tratamento ao dos presos políticos, considerados subversivos.

    O fato é que os presos políticos tinham estratégias e conhecimento teórico para suas práticas, bem como sabiam reivindicar os seus direitos que foram usurpados pela ditadura. Se os presos comuns, através da convivência, aprenderam estes modos de operação a RESPONSABILIDADE é de quem? hahahahaha... Do regime militar, claro, que provocou essa convivência e permitiu que essa troca de informações acontecesse.

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  4. Repassa-se a responsabilidade do surgimento do crime organizado aos presos políticos além de para não ser deles a tal responsabilidade, por ter deixado o tráfico chegar nesse império que chegou, também para sujar ainda mais o nome desses brasileiros que lutaram contra a ditadura.
    A mídia exagera demais. Hoje mesmo li num site de um jornal "RJ: câmeras registram os sons da guerra contra o tráfico durante ocupação"
    Guerra? Ah, dá um tempo!

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  5. Guerra é o que a imprensa provoca na cabeça da gente. Tem hora me sinto bombardeada quando leio ou vejo certas notícias.

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  6. O que tem por trás? O velho e decrépito medo em admitir que os que lutaram contra a ditadura não foram meramente pessoas físicas e sim um ideal. Um ideal para que esse mundo nunca fique nas mãos de quem usurpa a liberdade.
    Como fizeram aos presos políticos, os afastaram do convívio social pelo medo do que eles representavam.
    Agora, colocando neles a responsabilidade pelo crime organizado, continuam punindo-os como se deles ainda precisassem se vingar ainda mais e cada vez mais e mais.

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  7. Todos nos temos o ideal da liberdade estampado em nossas mentes, precisamos apenas transpirá-lo para senti-lo. Mas nem sempre o fazemos. Lutar contra governos corruptos, ditatoriais e ainda mais contra a imprensa descarada que muitas vezes nos enganam dando noticias que na verdade não são é a melhor maneira de exteriorizá-lo.

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  8. Concordo com vcs moçada. Não tenho informação suficiente para dizer qual o nível de influência que os presos de 70 exerceram sobre os presos comuns, se é que de fato exerceram, ou apenas conversavam normalmente das atividades de cada um e, claro, em toda conversa absorve-se informações. Mas essa necessidade de "afirmar", sempre que nos deparamos com atividades do crime organizado, que a CULPA é deles, pior do que chutar cachorro morto, e o estado se eximir das suas falhas no sistema penitênciario e a imprensa querendo sempre manipular a forma de pensar das pessoas prescrevendo sua já caduca fórmula do que é a verdade para ela.

    LU

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  9. Nossa...
    Com tanta responsabilidade por direito a ser delegada a certos senhores vão logo pegar no pé de brasileiros decentes.
    Dá um tempo.

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  10. Fantástico: o show da vida falou no domingo passado

    Facções criminosas surgiram da união de presos comuns aos presos políticos

    O tráfico se tornou um crime organizado no Rio a partir do final da década de 70. A cidade virou um ponto na rota da distribuição da cocaína que saía dos países andinos, em direção à Europa.

    O Brasil estava ainda na ditadura militar e o tráfico de drogas começava a se fortalecer no Rio de Janeiro e quando o Estado começou a retomar o território dominado pelos traficantes, enfrentou forte resistência.

    O tráfico se tornou um crime organizado no Rio a partir do final da década de 70. O antropólogo, Paulo Storani, que foi oficial do Batalhão de Operações Especiais da PM, diz que a cidade virou um ponto na rota da distribuição da cocaína que saía dos países andinos, em direção à Europa. À medida que a produção crescia nesse países, aumentava a oferta da droga aqui dentro e o preço diminuía para o usuário.

    Nessa mesma época, surgiram as facções criminosas dentro de presídios. Um grupo de presos comuns se uniu aos presos políticos para combater o bando que dominava as cadeias e que chegava a cobrar pedágio pela segurança dos detentos.

    Os assaltantes comuns aprenderam as técnicas de organização e guerrilha dos militantes políticos.

    Segundo a antropóloga Alba Zaluar, logo os criminosos descobriram um novo negócio. “Eles ficaram sabendo que assalto não estava dando tanto dinheiro, o que estava dando muito dinheiro era o tráfico. Vários assaltantes deixaram o assalto quando perceberam isso e passaram então a traficar. O tráfico se expandiu com muita rapidez no início da década de 80, final da década de 70”, lembra.

    PS: Caso se interessem por essa baboseira na íntregra, acessem: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1632892-15605,00.html

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  11. avassaladora nossa imprensa, ostentam suas inverdades, fazem da cabeça das pessoas penicos

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  12. Concordo com vocês, amigos. Muito fácil tirar o corpo fora e dizer que os problemas sociais que vivemos são por culpa de outros alguéns quaisquer, menos dos que tem por obrigação promover esse controle.

    É como o Afonso disse, se existe a possibilidade do dedo dos presos políticos do tempo da ditadura na formação dessas quadrilhas a responsabilidade é totalmente do próprio regime militar que permitiu essa convivência entre os presos favorecendo a troca de informações.

    Bjos

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  13. Que loucura
    Ja ouvi falar disso varias vezes
    Principalmente naquele 1º de maio onde no dia seguinte SP ficou deserto todo mundo com medo de sair de casa comercio fechado porque noticiaram que o PCC iria atacar e a culpa de tudo que estava acontecendo era dos presos politicos da epoca da ditadura que ensinaram tecnicas de guerrilha aos presos comuns
    Naum vou dizer que naum acreditei na verdade naum pensei muito no assunto
    Agora vou pensar melhor

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  14. A probabilidade dos presos políticos terem influenciado os presos comuns a se tornarem assassinos e traficantes é a mesma dos ditadores terem agido pelo bem do Brasil.

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  15. O tráfico no Rio e o crime organizado transnacional

    Os verdadeiros chefes do narcotráfico no Rio de Janeiro são ligados à rede do crime organizado transnacional que movimenta no sistema bancário internacional cerca de 400 bilhões de dólares por ano. Esses são os grandes responsáveis pela violência e pelo tráfico de drogas e armas em todo o mundo. A situação que vemos no hoje no Rio reflete um quadro internacional, onde as polícias só conseguem apreender entre 3 e 5% das drogas ofertadas no mercado. É preciso ter em mente essa dimensão global do crime organizado na hora de buscar soluções para enfrentar o problema em nossas cidades. A avaliação é do jurista Wálter Maeirovitch, colunista da revista Carta Capital e ex-secretário nacional antidrogas da Presidência da República.

    Compreender essa dimensão global é condição necessária para evitar discursos e propostas de soluções simplistas para o problema. Maierovitch dá um exemplo: “Os produtos principais do tráfico de drogas são a maconha e a cocaína. Tomemos o caso da cocaína. Sua matéria prima, a filha de coca, é cultivada nos Andes, especialmente no Peru, Bolívia, Colômbia e Equador. No entanto, a produção da cocaína exige uma série de insumos químicos e nenhum destes países tem uma indústria química desenvolvida. O Brasil, por sua vez, possui a maior indústria química da América Latina”. Ou seja, nenhum dos países citados pode ser apontado, isoladamente, pela produção da cocaína. Essa “indústria” tem um caráter essencialmente transnacional.


    por: Marco Aurélio Weissheimer
    Leia o texto na íntegra no site:
    http://cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17236

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  16. Valeu Sarah
    Alguém precisava falar que o buraco é mais em cima. Muito acima do que a mídia "aberta" anuncia diariamente nos ouvidos dos "cidadões" que a acessam.
    Parabéns Carta Capital, sempre atenta.

    Katia

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  17. Isso mesmo.
    Alguém tem que falar.
    Faço minhas as letrinhas postadas pela imprensa não vendida como Carta.
    Esse mundo, gente, não tá perdido. hehehehe

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