quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ditadura "Cívico-Militar"?

Segundo os dicionários "cívico" significa:

1. Ref. à condição de cidadão (membro de um Estado) ou ao conjunto de cidadãos de um país.
2. Que é feito, realizado ou se manifesta em honra da pátria (espírito cívico; amor cívico); Patriótico. (antôn.: antipatriótico)

Cabem aqui algumas observações:

As ditaduras na America do Sul foram todas "civil-militar"  e não cívico-militar, ou seja, uma pequena parcela da sociedade representada por boa parte da elite e órgãos de imprensa, apoiou e ainda apóiam as ditaduras que ocorreram. Podemos até dizer que os militares são apenas “jagunços” desta parcela dominante da sociedade.

Aqui em nosso país nossa dificuldade está ligada diretamente a esta questão. Representantes desta elite estão “infiltrados” em todas as instituições do país, no legislativo, judiciário, executivo, e, é claro, nas forças armadas, ou alguém acha que o filho de um cidadão comum, é aceito em agulhas negras? Por isso temos essa grande dificuldade de discutir a nossa lei de anistia.

(publicado originalmento no blog "Cloaca News")

13 comentários:

  1. Gostei. Ficam aí usando termos para manipular a cabeça da gente, tentando confundir a verdade, e até mesmo induzindo o povo a pensar que é ele quem promove essas barbaridades. Que ditadura cívico-militar que nada.

    ResponderExcluir
  2. Tbm gostei. Principalmente da parte que fala que um general e um coronel foram devidamente sentenciados por seus atos fora-da-lei.

    Maria Clara

    ResponderExcluir
  3. Justiça sempre em qualquer lugar do mundo.

    ResponderExcluir
  4. Ditadura militar realmente não importa o lugar, é sempre a mesma, atua sempre igual. Matam as pessoas de tanto torturá-las e depois entregam o corpo à família alegando suícidio. Descaramento.
    Também gostei da explicação do termo cívico que é bem diferente de civil, e não podemos aceitar que as palavras sejam usadas assim a revelia como se seus significados não tivessem a menor importância.
    Bjs

    ResponderExcluir
  5. O problema aqui no Brasil é que os militares se orgulham do que fizeram. Consideram um ato glorioso para a nossa história. Lamentável...

    ResponderExcluir
  6. Acho que nao só no nosso pais, nao é Isadora.
    Essa vangloria acredito ser de todos que praticam esses atos de tornar alguém refém de suas vontades.
    Maaciel Mooreira

    ResponderExcluir
  7. Vejam só, o Uruguai dando exemplo. E olhem que esse país nem é levado em consideração pela cúpula mundial. Vou mudar pro Uruguai. kkkkkkk

    ResponderExcluir
  8. Muito bem! Sempre alerta a detalhes que fazem a diferença. Como disse a Flora, palavras não são meras junções de letrinhas, seus significados representam nossa intenção de sermos entendidos ao usá-las. A não ser que a intenção seja sofismar.

    ResponderExcluir
  9. Só sei que pessoas que torturam e matam seus compatriotas não são cívis nem cívicos, são assassinos. E quem considera ditadura militar uma situação cívil ou cívica é shopping center ou loja de 1 real que vende qualquer porcaria a quem quer comprar.

    ResponderExcluir
  10. Não resisti...

    Essa eu copiei e colei lá de um seguidor do Cloaca.

    V disse...

    Como uruguaio não posso aceitar a posição da Folha, ela é no mínimo uma ofensa ao Uruguay.
    A ditadura foi sustentada por militares, infelizmente, ainda que chamar de ditadura militar não seja completo, mas cívico-militar? É quase como dizer algo como nazi-cívico ou cívico-fascista. Ficou péssimo, não ficou?
    A família Frias é uma família de colaboradores da ditadura, poderia ser diferente as palavras no jornal deles?
    Quer a folha minimizar os anos de sofrimento, falta de liberdade, assassinatos, torturas físicas e psicológicas, seqüestros de crianças, mutilações, enriquecimentos ilícitos etc. etc.?
    Chamar de ditadura militar, parece que foi coisa só de militares, não foi. Foi de um conjunto de canalhas, covardes e aproveitadores, entre eles, muitos latifundiários, “gringos o dueños deste país”.
    Se alguém tentasse comprar um disco dos Olimareños, por exemplo, corria o risco de ser preso, torturado e morto. Tive uma professora que reclamou durante o hasteamento da bandeira em um dia qualquer: “¿Para que esta mierda, si no hay libertad?” Sumiu no mesmo dia.
    Sou a favor de rever a lei da anistia, ela nunca poderia ter sido feita para os colaboradores da ditadura, torturador ou não. Pessoas que foram militares à época devem ser processados sim, e se culpados, devem ser exonerados sem aposentadoria, desonrados da farda, e nunca mais serem chamados de militares.

    PS: Corrijo apenas a última palavra do V, "nunca mais serem chamados de cidadãos".

    ResponderExcluir
  11. Adorei o blog. Torcendo pra ele ser um sucesso. Boas intenções é que tornam essa vida merecedora.
    Bjs
    Salete

    ResponderExcluir
  12. Quebrei a cabeça mas acho que entendi. Cívico representa uma atitude, ser/atuar pelo bem do país, da pátria. Cívil é o equivalente a sociedade como um todo, sem detalhar o indivíduo e sua atuação, igual a qualquer pessoa que no país habita e não atua necessariamente a favor dele. Será que acertei? ai ai

    ResponderExcluir
  13. caramba Eva tbem to aqui quebrando minha cabeca kkkkk será? serei eu um civil ou um civico? opto pelo civico pela sua explanacao.
    @ray

    ResponderExcluir