quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ministra pede a aprovação da Comissão da Verdade

Projeto de lei prevê esclarecimento sobre mortos e desaparecidos na ditadura militar

Com status de ministra, a nova secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário, tomou posse prometendo avançar no processo de reconhecimento das violações contra os direitos humanos no período do regime militar. Ela pediu que o Congresso aprove a criação da Comissão da Verdade, que vai apurar informações sobre mortos e desaparecidos durante a ditadura.

Enviado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto de lei está parado no Congresso desde maio do ano passado. Se aprovado, cria uma comissão para “promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior”.

“Faço um apelo à Câmara dos Deputados, poder de onde venho, e ao Senado Federal, com os quais quero manter uma relação de muita proximidade e respeito. Que façamos um bom e democrático debate e possamos aprovar o projeto de lei que cria a Comissão da Verdade”, afirmou. “Não queremos aqui fazer um embate entre parlamentares contra ou a favor da medida, mas resgatar a nossa História e contá-la de forma completa”.

A ministra Maria do Rosário acha importante dar “seguimento ao processo de reconhecimento da responsabilidade do Estado por graves violações de Direitos Humanos, com vistas à sua não repetição, com ênfase no período 1964-1985, de forma a caracterizar uma consistente virada de página sobre esse momento da história do país”. Disse também, “é mais do que chegada a hora de o país prestar esclarecimentos sobre mortes e desaparecimentos ocorridos durante a ditadura".
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País não pode ficar preso ao passado, diz o
general José Elito, sobre Comissão da Verdade, e afirma que regime militar deve ser visto como fato histórico.

Ao falar sobre a criação da Comissão da Verdade, que ficaria responsável por apurar violações dos direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar, o novo ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general José Elito Carvalho Siqueira, disse que "o Brasil não deve olhar para trás”.

A afirmação foi feita durante a cerimônia em que o general Siqueira assumiu o cargo, segunda-feira, 3, em Brasília.

"Não vamos ficar vendo situações do passado, pontuais, que não levam a nada. Temos que pensar para frente, na melhoria do nosso país, e podemos estar perdendo tempo, espaço e velocidade se ficarmos sendo pontuais em situações isoladas do passado".

O ministro-chefe disse, por sua vez, que o dia 31 de março de 1964, quando foi dado o golpe que deu início ao regime militar, deve ser tratado como um fato histórico.

"O movimento de 1964 já faz parte da história. Hoje, se nossos filhos e netos forem estudar em uma escola, vai estar lá o dia 31 de março como fato histórico. Temos de ver o 31 de março como um dado histórico para a nação, seja com prós e contras. Da mesma forma, os desaparecidos".

fontes:

http://odia.terra.com.br/portal/brasil/html/2011/1/ministra_pede_a_aprovacao_da_comissao_da_verdade_134865.html

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/pais-nao-pode-ficar-preso-ao-passado-diz-ministro-sobre-comissao-da-verdade-20110103.html

13 comentários:

  1. O general disse que o país não deve ter vergonha por desaparecidos, que é um mero fato histórico do qual nós não temos que nos envergonhar ou vangloriar. Ora, o que poderíamos esperar de um general, que ele se envergonhasse? Ele disse o que realmente pensa e depois tentou sair dessa dizendo que foi mal interpretado, sei, sei...

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  2. Essas mulheres são mesmo porretas. Vão mudar esse Brasil, acredito e boto fé. Torná-lo digno e merecedor de sua gente. Já os homens... rs
    *Li*

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  3. Interessante a opinião do general, muito interessante...
    Quando ele diz: "Não vamos ficar vendo situações do passado, pontuais, que não levam a nada", está sendo é totalmente contraditório, porque ele mesmo diz que devemos ver o golpe de 64 como “fato histórico”. Como todo fato histórico este também deve ser analisando, estudado e esclarecido. Deve ser entendido plenamente para que suas conseqüências também sejam, afinal vivemos hoje conseqüências claras deste período.
    Ele diz “que não levam a nada”, ora, isso não faz sentido, foram 30 anos de ações de um regime com intenção e planejamento detalhado. Se estudar e entender todas as ações destes 30 anos não nos leva a nada o que leva então?
    Descobrir o paradeiro dos desaparecidos, circunstâncias e os motivos que levaram as vítimas deste período a serem eliminadas, presas ou perseguidas, são de suma importância para que possamos entender o nosso país, de ontem, hoje e amanhã.
    As declarações deste senhor mostram claramente que militares não são preparados para pensar, afinal questionar nunca foi uma coisa bem aceita na caserna.

    Djalma Rocha

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  4. “…a derrota é justamente aquilo que uma certa história não pode revelar nem interpretar porque só se mantém como ‘história’ pelo silencio que impôs aos vencidos”. (Marilena Chauí)

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  5. É isso aí, Ana, Djalma, Flora, Li.
    Eles não querem a verdade porque sempre contam que não revelando-a ela será esquecida. Mas como esquecer um fato tão recente como a ditadura brasileira, se os parentes, amigos dos que foram assassinados por eles, e muitos dos torturados, estão aqui entre nós, vivos e presentes. Como esquecer o que aconteceu se até hoje nos esbarramos em atitudes ditatoriais em nosso dia a dia.
    Abrir sim essas gavetas e mostrar a nossa gente a nossa verdadeira história.
    Que medo eles tem afinal, não fizeram o que fizeram porque acreditavam? Então assumam que mataram pessoas à revelia, sem julgamento, sem chance de se defenderem. Ou tem medo porque assim vão assumir que negaram a Constituição agindo contra ela?

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  6. Essa história de que o Congresso aprove a Criação da Comissão da Verdade já rendeu. Nossa ministra Maria do Rosário está certíssima em querer pôr um basta nesse lenga-lenga, resgatar a nossa história e contá-la de forma completa é obrigação de qualquer país com o seu povo.

    Matheus

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  7. Essa postura do general apenas repete casos já ocorridos quando o assunto é Direito à Memória e à Verdade.

    Em 31 de Agosto de 2007, quando o livro “Direito à Memória e à Verdade", foi apresentado pelo próprio presidente Lula em Salvador, foi recebido pelos militares como uma provocação. As forças armadas chegaram a acusar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser partidarista e de ter financiado um documento elaborado por “criminosos políticos”. O livro, uma contundente condenação oficial do governo brasileiro à ditadura, provocou irritação no exército causou mal-estar, indignação e até raiva.

    O governo Lula argumentou que o livro é fruto de 11 anos de trabalho da Secretaria de Direitos Humanos e da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, constituída em 1995 para elucidar as mortes e desaparecimentos ocorridos entre 1961 e 1988. “Direito à Memória e à Verdade”, aplaudido por partidos de esquerda, pela sociedade civil e por diversas instituições e ONGs, inclui um minucioso estudo sobre 339 mortos e desaparecidos registrados pela comissão. Além disso, lembra os 136 nomes de vítimas que o governo Fernando Henrique Cardoso já reconheceu na lei 9.140 de 1995. O livro, segundo o próprio governo Lula, é o maior esforço desde a instauração da democracia para se restaurar a memória histórica.

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  8. Cresci ouvindo que o mundo julgará os culpados.
    Assisti os culpados condenando o mundo ao longo de toda vida.

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  9. Dilma Rousseff, em menos de uma semana como presidente, já mostrou que não vai permitir manifestações em desacordo com a sua intenção de 'passar a limpo' os atos de tortura, os crimes e os desaparecimentos forçados de brasileiros durante a ditadura militar de 1964 a 1985.

    Para mostrar ao Brasil e ao mundo que não é nenhuma "Dilminha Paz e Amor" e que não tomou posse na Presidência para fazer turismo mundial de graça nem para usufruir das mordomias, regalias e privilégios que o cargo de presidente oferece ao seu ocupante, Dilma Rousseff exigiu do general José Elito Siqueira, ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, explicações sobre declarações dele à imprensa, se posicionando contra a criação da "Comissão da Verdade" - idealizada pela própria Dilma Rousseff -, destinada a apurar torturas, mortes e desaparecimentos de militantes da luta armada contra a ditadura militar brasileira.

    ESSA É A MINHA PRESIDENTA DO BRASIL !

    LEANDRA

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  10. Estamos vivendo um momento diferente na nossa história, fiquem atentos. Temos como presidente uma mulher, mais que isso, uma pessoa que lutou contra o regime militar, mais que isso, que foi tratada durante a campanha pela direitona como uma terrorista apenas para denegri-la, como se lutar por sua terra e pelo povo que nela vive livre fosse crime, mais que isso, que foi torturada e não guarda mágoa, mais que isso...
    As coisas por aqui, acredito, aspiro, suo, vão melhorar.
    Essa verdade será escancarada finalmente e essa será nossa história.
    Que o país matou cidadãos sim. Matou para prevalecer uma vontade que satisfazia menos de 0,000000000000000000001 de interessados.
    Fim a hipocrisia de um Brasil só de festa, carnaval e futebol.

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  11. Loucura não é querer viver em liberdade se bichos somos e diariamente buscamos sobreviver. Sim é prender-nos para atrás das jaulas quem nos prendeu se sentir livre.

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  12. concordo com tds vcs, fim a essa enganacao q todo mal q fizeram ao pais matando gente, promovendo desaparecimentos d pessoas, fazendo chorar nossa patria mae gentil, foi pelo bem da nacao. aprovar esse projeto d lei sera uma atitude d respeito a tds q sofreram nesses anos tao duros e escuros. se aprovado o brasil finalmente mostrara sua cara.

    @ray

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  13. Faço minhas as palavras de todos vcs. Estou meio com preguiça de pensar hoje... kkkkkkkkk

    Brincadeira.

    Tem que abrir essas gavetas para mães, pais, amantes, amigos soltar todo esse amor reprimido, esse grito contido, esse samba no escuro, pois... você que inventou a tristeza, ora tenha a fineza de desinventar... e ... você vai pagar e é dobrado cada lágrima rolada neste meu penar.

    Abraços meus queridos...

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