O ex-presidente reconhece ter autorizado a tortura de presos sob custódia dos Estados Unidos
O ex-presidente norte-americano George W. Bush pode ter desaparecido das manchetes dos jornais desde que deixou o cargo, em janeiro de 2009, mas os crimes atribuídos ao seu governo não são esquecidos.
O Centro de Direitos Constitucionais (CCR) divulgou na semana passada a “Acusação preliminar por torturas contra Bush”, um documento que descreve os aspectos centrais do caso contra o ex-presidente e a forma como violou a Convenção Contra a Tortura, assinada pelos Estados Unidos.
O CCR apresentou a iniciativa junto com outras 60 organizações, entre elas o Centro Europeu de Direitos Humanos e Constitucionais, com sede em Berlim. O fato coincidiu com o nono aniversário do dia em que Bush decidiu que os chamados “combatentes inimigos” tinham direito às proteções fundamentais previstas nas convenções de Genebra sobre presos de guerra. Duas vítimas de tortura se propuseram iniciar um processo penal em Genebra contra Bush, cuja chegada à Suíça estava prevista para hoje.
Nos casos de tortura, a legislação suíça exige a presença do acusado em seu território antes de iniciar a investigação. Ativistas pelos direitos humanos consideraram que a visita de Bush era a oportunidade perfeita para que esse país cumprisse sua obrigação como signatário da Convenção Contra a Tortura e para que ao ex-presidente chegasse a mensagem de que não gozaria de nenhuma exoneração especial, mesmo sendo ex-chefe de Estado. No entanto, Bush suspendeu a viagem.
“Bush reconheceu ter autorizado a tortura de presos sob custódia dos Estados Unidos”, disse à IPS a advogada do CCR Katherine Gallagher, também vice-presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos. “Supõe-se que somos um país com um sólido Estado de direito e quando agimos com impunidade de forma tão descarada passamos uma péssima mensagem ao mundo”, acrescentou.
O afogamento simulado de um preso “é legal porque os advogados dizem que é legal. Não sou advogado”, disse Bush em novembro de 2010, ao ser entrevistado pelo jornalista Matt Lauer. “Claro que o faria”, respondeu o ex-presidente ao ser perguntado se voltaria a tomar a mesma decisão.
Além do caso apresentado pelo CCR, há mais dois iniciados na Espanha sobre as ações dos advogados constitucionais do governo Bush, o chamado “Bush 6”, autores do manual de tortura e arquitetos do contexto legal que o presidente invocou quando começaram as ações judiciais contra ele. “Os dois temas fazem parte dos esforços para designar responsabilidades que, espero, se fechem sobre os Estados Unidos”, disse Katherine à IPS. “O Bush 6 é integrado por pessoas que pretendem que a tortura seja aceitável, mas não é assim”, acrescentou.
A Casa Branca permanece em silêncio, enquanto juízes, de Madri a Genebra, investem contra o governo anterior. Nem o presidente Obama nem ninguém de seu staff deram apoio a algum dos cidadãos que lutam contra a impunidade. A Anistia Internacional e a Human Rights Watch (HRW) pediram a Washington que investigue de forma exaustiva as denúncias contra Bush e também o fim imediato da impunidade. “Ao menos, deveriam investigar a possibilidade de indiciamento”, disse à IPS a porta-voz da HRW, Laura Pitter. “Não há razão para que os tribunais dos Estados Unidos não iniciem uma investigação desse tipo, mesmo se baseando apenas no que Bush reconheceu publicamente”, acrescentou.
“Bush é um torturador e deve ser lembrado como tal”, disse Gavin Sullivan, do Centro Europeu de Direitos Humanos e Constitucionais. “Ele é responsável por autorizar torturas contra milhares de pessoas em Guantânamo e nos locais secretos que a CIA tem em todo mundo. Bush tem razão de estar preocupado, porque todos os países têm a obrigação de processar os torturadores”, acrescentou. E, talvez, mais importante do que as acusações sejam os sobreviventes, cujas vozes estão apagadas ou continuam ocultos em Guantânamo e que merecem que a justiça seja feita.
por Kanya D’Almeida - IPS América Latina
http://www.ips.org/ipsbrasil.net/nota.php?idnews=6766
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Em autobiografia, Bush defende a tortura
Em novembro de 2010, o ex-presidente norte-americano George W. Bush lançou um livro de memórias relatando algumas experiências marcantes de sua vida. Surpresa para alguns e nenhuma para outros, Bush assume a responsabilidade pela tortura de um dos prisioneiros políticos de Guantânamo, que autorizou o que chamou eufemisticamente de "técnicas duras de interrogatório", em um homem suspeito de ter idealizado o plano dos atentados de 11 de setembro de 2001.
O ex-presidente relata em detalhes o ocorrido, reconhecendo que recebera uma ligação da CIA pedindo autorização para realizar um "afogamento simulado" no suspeito, ao que Bush teria respondido: "Com certeza".
Para justificar a prática hedionda em um país que procura se apresentar como democrático, Bush afirma que a tortura de Mohammed, preso no Paquistão em 2003, pôde "salvar vidas".
Bush defende também na obra sua decisão de ocupar o Iraque, afirmando cinicamente que "o povo iraquiano está melhor com um governo que responde a eles em vez de torturá-los e assassiná-los". Sobre o fato de que nunca foi encontrada uma única "arma de destruição em massa" no Iraque, que foi o principal argumento para a invasão, o relato do ex-presidente, em tom emocional, é ridículo: "ninguém ficou mais chocado e bravo do que eu quando não encontramos as armas. Tinha uma sensação de náusea todas as vezes que pensava nisso. E ainda tenho".
Afogamento simulado ??!!
ResponderExcluirÉ mais ou menos como no tempo da inquisição. Amarrava-se uma pedra ao pé da mulher, suposta bruxa, e a atirava em águas profundas, se ela afundasse seria inocente, se boiasse seria bruxa. Bem... todas afundavam.
O cinismo de Bush é tão irritante como todo o mal que ele causou.
ResponderExcluirJá que ele tem náuseas toda vez que lembra que o Iraque não tinha arma de destruição em massa, o que seria seu grande aval por ter invadido e destruído esse país, me resta rezar todo dia para que as náuseas dele sejam crônicas e que nunca mais seja capaz de engolir nem sua própria sáliva sem sentir ânsia de vômito.
Exagerei? hihihihihihi
Torturar alguém ajuda a salvar vidas?! E eu que pensei que já tinha ouvido de tudo nessa vida.
ResponderExcluirHarley
Tadinho do Bushinho... ele não é responsável por seus atos... afinal ele só fez o que era legal e orientado por advogados. (Sobre a tortura por afogamento simulado de um preso ele disse: “é legal porque os advogados dizem que é legal. Não sou advogado”)
ResponderExcluirDefinitivamente acho que nesse mundo de antes e de hoje (espero que não o de sempre) entendimento entre os seres humanos só na cama a dois. Ô bicho mal resolvido esse homo sapiens. Realmente o seu coletivo não existe. Somos tão individualistas. E como já disse aqui antes, me sinto uma estranha no ninho. Sim, porque diariamente luto para não ser esse ser... esse ser desprovido de benquerença além da do próprio reflexo no espelho.
ResponderExcluirCida, na próxima encarnação eu caso com vc.
ResponderExcluirhehehehe
Perfeita a sua colocação. Nenhuma flutuaria jamais com uma pedra amarrada no pé.
Essa é a farsa dos torturadores.
Sempre atuam como justos.
Afinal deram a chance do "bem" aparecer.
Como disse o talzinho aqui citado: torturamos para salvar vidas.
nessa foto q vcs puseram aí o cara tá um perfeito fascista
ResponderExcluiracho q ele queria sim dizimar todos q nao pactuam de seus conluios
tortura parece q nunca deixará de fazer parte das práticas dos q querem a hegemonia
afinal eles tem q salvar vidas
a deles
R@Y
Como vencer esse mal? Não exatamente desse tal ex, mas o do ser contra o ser.
ResponderExcluirChega de sofrimento, será que é tão difícil assim parar!!!!????
A era EUA, graças a esse tal Bush, chegou ao fim. No entanto não sei se os modos operantes mudarão. Aí terei que continuar lutando.
ResponderExcluirQueria tanto sentar num sofá confortável e pensar: Os homens tornam esse planeta ainda mais reluzente que a própria luz do sol.
BUSH. MEU CORAÇÃO NÃO SEI PORQUE BATE INFELIZ QUANDO TE VÊ !!!!!!!
ResponderExcluirKKKKKK
Juro que eu não bebi.
ResponderExcluirEle disse que ocupar o Iraque representava que o povo iraquiano estaria melhor com ele do que com um regime que torturava e assassinava?
Depois dessa juro que vou virar alcoolatra.
Isso aí, R@Y
ResponderExcluirAcho que nessa hora da foto Bush se esqueceu de se travestir de democrata.