O Memorial da Resistência de São Paulo apresenta a exposição Não tens epitáfio pois és bandeira. Rubens Paiva, desaparecido desde 1971.
De 26 de março a 10 julho de 2011
A mostra apresenta cerca de 200 fotografias (cor/p&b) e documentos sobre a vida, prisão e o desaparecimento de Rubens Paiva (Santos/SP, 1929 - RJ, 1971), durante o período da Ditadura Militar (1964 -1985).
Os documentos e os objetos pessoais revelam momentos da vida de Rubens Paiva com a família; de sua atividade política; a prisão e a luta de sua esposa, Eunice Paiva, pelo restabelecimento da verdade. Rubens Paiva formou-se engenheiro civil pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, onde começou a militância política. Foi presidente do centro acadêmico Horacio Lane e vice-presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (1954). Engajou-se na campanha “O petróleo é nosso”, pela criação da Petrobras.
Eleito deputado federal em 1962, teve atuação destacada como integrante da CPI sobre o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), que promovia propaganda anticomunista e conspirava pela queda do governo de João Goulart. A organização patrocinava campanhas políticas, palestrantes e autores que escreviam artigos denunciando a chamada “ameaça vermelha” no Brasil. A CPI descobriu que o IBAD e a Ação Democrática Popular (ADEP) movimentaram entre 12 e 20 milhões de dólares em suas atividades conspirativas. Paiva foi um dos deputados que ajudou a identificar a origem e o destino do dinheiro. Descobriu que na lista de pagamentos havia integrantes da direita e militares envolvidos na geração de um ambiente político favorável ao golpe. Meses depois, Paiva foi um dos primeiros deputados cassados, oito dias após o golpe de abril de 1964. Pediu asilo na embaixada da antiga Iugoslávia, hoje Sérvia, país para onde viajou vivendo depois na França e Inglaterra. Voltou ao Brasil no final de 1964. Em 1971, foi preso por militares em sua casa no Rio de Janeiro, onde vivia com a esposa e os cinco filhos. Desde então é dado como desaparecido político.
Esta exposição foi concebida dentro do Programa Direito à Memória e à Verdade da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica. Com curadoria de Vladimir Sacchetta, jornalista e pesquisador.
Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 - São Paulo, SP
Tel. 55 11 3335-4990
Fui nessa exposição quando ela passou pelo Rio de Janeiro. Foi muito importante para mim. Ver as fotos desse batalhador pela democracia, que por proteger os perseguidos pela ditadura, teve sua vida duramente decepada de sua família e de seus sonhos de liberdade, me fez participar de toda essa aflição e perceber que esse sofrimento não era alheio a mim.
ResponderExcluirFlora vc é merecedora de seu nome :D
ResponderExcluirNão é alheio a nenhum de nós se reconhecermos como verdadeiro o simples conceito de somos todos irmãos, filhos de Gaia e não filhos da outra.
sad that the country needs heroes
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